sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Aqui


Ela está presente, está aqui, porém distante
A voz dela vai diretamente a você, mas não seus sentimentos
Ela assiste, graceja e opina
Mas ela não está aqui, mesmo estando
Onde ela pode estar, a não ser longe daqui?
Quando aqui lhe dá todas razões para não se estar
Não querer estar, e ter que estar são tão distintos que se assemelham em sua distinção
Não é apenas uma simples vontade, é algo maior, algo com substância
Que se concentra em seu ser
Na sua mente, corrompendo todo seu corpo em milésimos
É uma coisa só, muito grande para ser comentado
Muito pequena para fazer a boca emitir algum som sobre.
Essa vontade, esse desejo de simplesmente fugir
Destruir e enterrar, é o que eu sinto quando ela fala comigo
Pois ela não está aqui mesmo estando
Ela não está aqui, mas também não quer que eu esteja
Longe, perto não importa
Contando que não seja qualquer lugar chamado aqui.

sábado, 15 de setembro de 2012

~

 

   Sua própria natureza se revoltava contra aquele excesso de angústia que tentara mutilar ou empanar a sua serenidade perfeita. É o que sempre acontece com pessoas dotadas de temperamentos sutis e emotivos.
     Suas fortes paixões ou os aniquilam ou são subjugadas. Ou matam ou morrem.
     As amarguras e os amores pouco profundos sobrevivem. Mas os grandes amores e os grandes desgostos acabam destruídos pela sua própria exaltação.

Trecho do livro: O Retrato de Dorian Gray
- Oscar Wilde 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Só sei que nada sei



As pessoas legais não parecem tão legais agora
As pessoas amigas não se mostram tão amigáveis se você reparar
Sentimentos que você pensa ter, talvez nem estejam ai
Mas o que uma garota pode fazer quando nada é o que parece?
Risadas e gargalhadas de alguém que desconheço
De alguém que não é ninguém além de mim mesma
Em um minuto estou aqui, mas depois nem lembro o verdadeiro motivo
Por minha vontade? Pelo fluxo da humanidade?
Eu não sei, sinceramente, eu já não sei mais
Se aguardo, se relevo
Se pulo, se rolo
Se durmo, se sento
Só sei que esse é um apuro em que eu me coloquei
Vivendo pela superfície
Vivendo pela beirada da piscina
Sem nunca chegar ao fundo, sem nunca chegar no meio
Sem nunca chegar ao que realmente importa
Vivendo de meias verdades
Vivendo de meias escolhas, de meios amigos
De meios sorrisos.
Mas por mais pela metade que as coisas sejam
Nunca há lagrimas que não sejam inteiras
Na verdade,  elas quase nunca aparecem
Eu deveria ter percebido antes
Realmente, eu deveria ter sido mais atenta a esses indícios
Lagrimas
Sim, lagrimas
Tão pequenas, tão significativas em sua aparente insignificância
Eu queria muito tê-las
Posso tê-las de volta, por favor?
Não tê-las aqui comigo só me apavora
E eu já tentei, e nem de pavor consigo chorar
Não tê-las aqui só me faz pensar que todas elas já derreteram
Que todas elas já se foram
Mas não, não é isso
As vezes eu choro, choro demais
Quando vejo filmes, tristes demais
Imaginando que se fosse meu próprio drama eu choraria desse jeito
Bem, acho que não...
As coisas são bem mais simples quando vistas pelo um ponto de vista de alguém de fora
Quando acontece com você, parecem bem mais complicadas
E bem, não choramos por coisas complicadas
Choramos por qual motivo além das coisas simples da vida?



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Assim


É o jeito que ela fala, que eu percebo o que ela está sentindo
É a maneira como ela atua que eu vejo como ela reagiria
Como ela reagiria a um grande amor
Como ela reagiria à morte e ao rechaço
O que está dentro dessa pequena matéria em forma de gente
É o que eu vejo que torno de meu conhecimento
E o que muitas vezes meus olhos se deparam não é exatamente o que eu queria me deparar
É algo além do meu campo de visão
Me ata as mãos
Me venda os olhos e acorrenta meus pés
Estou presa enquanto tudo acontece ao meu redor
Estou vendada enquanto tudo se mostra a minha frente
Meus ouvidos estão tapados por palavras vans
Impedindo-me de escutar fatos rocambolescos
Estou a margem, estou bem no fundo
Mas mesmo do fundo eu noto
Ainda sei o que acontece a minha volta
Estou presa, mas meus sentidos continuam apurados
Minha percepção está melhor do que quando o mundo estava a minha frente
E ai eu percebo, não fui presa
Eu me prendi na realidade que escolhi
Na caixa, na bolha ou em cima da minha cama
Lá estou, lá estava
Mas não mais, tiro a venda desato os nós dos meus pulsos
E tiro os grilhões dos meus pés
Que eu mesma me impus a usar
E me coloco de pé
E finalmente abro meus olhos completamente
E o inevitável é agora
E o evitável é o ontem
E o duvidável bem, pode ser amanhã
Contando que meus olhos continuem abertos
Abertos a vida, eu me declararei ao ontem, ao hoje e ao amanhã :)



domingo, 9 de setembro de 2012

Ontem Hoje Amanhã



Tropeçando, é assim que se aprende eles dizem
Sofrendo,  é como nos tornamos fortes quem sabe
Quem sabe?
Como padronizar algo tão distinto
Todas as coisas que importam são inconstantes
Sempre algo vai impulsionar qualquer coisa que se veja
Qualquer coisa que se sinta
Nunca se está só quando se tem seus pensamentos
Nunca fica silencio quando palavras antes lhe ditas retumbam em sua mente
A firmeza em uma opinião pode mudar como as marés numa lua cheia
É tudo tão complicado se fazendo de simples
E tudo que é complicado se mostra mais amigável de se compreender
São tantos opostos que se juntam e formam uma perfeição
E quando algo os impulsiona a se separaram nunca se acham completos como antes.
É tudo tão distinto, a vida eu digo
As épocas passam, evoluem, regridem
Mas as pessoas por mais diferentes que aparentam são iguais as de antes e as de depois
Amor, poder, riqueza, paz e destruição
Sempre dentro de uma carcaça de ossos cheia de músculos, órgãos e pensamentos.
É o mesmo, só que de outro jeito.
Esse  é um pensamento que já foi e voltará, só que dessa vez está com minhas palavras
O que muda, mudou ou mudará na humanidade?
A não ser seu poder de destruição e vestimentas?