segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Assim


É o jeito que ela fala, que eu percebo o que ela está sentindo
É a maneira como ela atua que eu vejo como ela reagiria
Como ela reagiria a um grande amor
Como ela reagiria à morte e ao rechaço
O que está dentro dessa pequena matéria em forma de gente
É o que eu vejo que torno de meu conhecimento
E o que muitas vezes meus olhos se deparam não é exatamente o que eu queria me deparar
É algo além do meu campo de visão
Me ata as mãos
Me venda os olhos e acorrenta meus pés
Estou presa enquanto tudo acontece ao meu redor
Estou vendada enquanto tudo se mostra a minha frente
Meus ouvidos estão tapados por palavras vans
Impedindo-me de escutar fatos rocambolescos
Estou a margem, estou bem no fundo
Mas mesmo do fundo eu noto
Ainda sei o que acontece a minha volta
Estou presa, mas meus sentidos continuam apurados
Minha percepção está melhor do que quando o mundo estava a minha frente
E ai eu percebo, não fui presa
Eu me prendi na realidade que escolhi
Na caixa, na bolha ou em cima da minha cama
Lá estou, lá estava
Mas não mais, tiro a venda desato os nós dos meus pulsos
E tiro os grilhões dos meus pés
Que eu mesma me impus a usar
E me coloco de pé
E finalmente abro meus olhos completamente
E o inevitável é agora
E o evitável é o ontem
E o duvidável bem, pode ser amanhã
Contando que meus olhos continuem abertos
Abertos a vida, eu me declararei ao ontem, ao hoje e ao amanhã :)



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