segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Silêncio


Não são bons tempos, não estou num bom tempo
Não estou no lugar certo
A coisa certa não me acontece
E a errada, vezes me surpreende não sendo nada
Nada, é o lugar onde estou
No nada, com tudo, sem ninguém
Tendo que conviver comigo mesma
Não me aturo, não me seguro
Nessa insegurança segura que me acolhi
Contruí paredes de afastamento
Agora lamento pelos afastados
Na verdade, lamento por mim
Lamento por ser como sou
Por não conseguir atender minhas expectativas
Por ficar no mesmo lugar por tanto tempo
Transformando o tempo em uma forma
Que constroi meus momentos, todos idênticos
Todos os mesmos, repetidas vezes
Chances, esperança vã, desassossego, expectativa e desânimo
Entristecida, quase derrotada, com apenas alguma chama de vontade em mim.
Eu me obrigo a sorrir , a agir como se nada tivesse acontecido.
Como que ao ser rejeitada fosse fácil, não doesse,
 Mas doí, e eu não posso dizê-lo... me frustra
E agora estou triste, frustrada e com a boca fechada. 

Aquilo que resisto.




E isso queima, sim eu digo queima
seu perfume em minha veia
Seu olhar no meu luar
O doce deleite de sua companhia
No doce som da sua voz
A luz do seu olha ofusca
o brilho dos vagalumes
Sua figura fulmina
cada sombra da esquina
Isso me abomina
Me leva a ruína
Demasia meu tempo
Preenche meus pensamentos
e tudo o que enxergo
é uma névoa
em volta de tudo o que me importa
E meu foco está naquilo que menos enxergo
Naquilo que eu mais evito
A mim mesma resisto.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Aqui


Ela está presente, está aqui, porém distante
A voz dela vai diretamente a você, mas não seus sentimentos
Ela assiste, graceja e opina
Mas ela não está aqui, mesmo estando
Onde ela pode estar, a não ser longe daqui?
Quando aqui lhe dá todas razões para não se estar
Não querer estar, e ter que estar são tão distintos que se assemelham em sua distinção
Não é apenas uma simples vontade, é algo maior, algo com substância
Que se concentra em seu ser
Na sua mente, corrompendo todo seu corpo em milésimos
É uma coisa só, muito grande para ser comentado
Muito pequena para fazer a boca emitir algum som sobre.
Essa vontade, esse desejo de simplesmente fugir
Destruir e enterrar, é o que eu sinto quando ela fala comigo
Pois ela não está aqui mesmo estando
Ela não está aqui, mas também não quer que eu esteja
Longe, perto não importa
Contando que não seja qualquer lugar chamado aqui.

sábado, 15 de setembro de 2012

~

 

   Sua própria natureza se revoltava contra aquele excesso de angústia que tentara mutilar ou empanar a sua serenidade perfeita. É o que sempre acontece com pessoas dotadas de temperamentos sutis e emotivos.
     Suas fortes paixões ou os aniquilam ou são subjugadas. Ou matam ou morrem.
     As amarguras e os amores pouco profundos sobrevivem. Mas os grandes amores e os grandes desgostos acabam destruídos pela sua própria exaltação.

Trecho do livro: O Retrato de Dorian Gray
- Oscar Wilde 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Só sei que nada sei



As pessoas legais não parecem tão legais agora
As pessoas amigas não se mostram tão amigáveis se você reparar
Sentimentos que você pensa ter, talvez nem estejam ai
Mas o que uma garota pode fazer quando nada é o que parece?
Risadas e gargalhadas de alguém que desconheço
De alguém que não é ninguém além de mim mesma
Em um minuto estou aqui, mas depois nem lembro o verdadeiro motivo
Por minha vontade? Pelo fluxo da humanidade?
Eu não sei, sinceramente, eu já não sei mais
Se aguardo, se relevo
Se pulo, se rolo
Se durmo, se sento
Só sei que esse é um apuro em que eu me coloquei
Vivendo pela superfície
Vivendo pela beirada da piscina
Sem nunca chegar ao fundo, sem nunca chegar no meio
Sem nunca chegar ao que realmente importa
Vivendo de meias verdades
Vivendo de meias escolhas, de meios amigos
De meios sorrisos.
Mas por mais pela metade que as coisas sejam
Nunca há lagrimas que não sejam inteiras
Na verdade,  elas quase nunca aparecem
Eu deveria ter percebido antes
Realmente, eu deveria ter sido mais atenta a esses indícios
Lagrimas
Sim, lagrimas
Tão pequenas, tão significativas em sua aparente insignificância
Eu queria muito tê-las
Posso tê-las de volta, por favor?
Não tê-las aqui comigo só me apavora
E eu já tentei, e nem de pavor consigo chorar
Não tê-las aqui só me faz pensar que todas elas já derreteram
Que todas elas já se foram
Mas não, não é isso
As vezes eu choro, choro demais
Quando vejo filmes, tristes demais
Imaginando que se fosse meu próprio drama eu choraria desse jeito
Bem, acho que não...
As coisas são bem mais simples quando vistas pelo um ponto de vista de alguém de fora
Quando acontece com você, parecem bem mais complicadas
E bem, não choramos por coisas complicadas
Choramos por qual motivo além das coisas simples da vida?



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Assim


É o jeito que ela fala, que eu percebo o que ela está sentindo
É a maneira como ela atua que eu vejo como ela reagiria
Como ela reagiria a um grande amor
Como ela reagiria à morte e ao rechaço
O que está dentro dessa pequena matéria em forma de gente
É o que eu vejo que torno de meu conhecimento
E o que muitas vezes meus olhos se deparam não é exatamente o que eu queria me deparar
É algo além do meu campo de visão
Me ata as mãos
Me venda os olhos e acorrenta meus pés
Estou presa enquanto tudo acontece ao meu redor
Estou vendada enquanto tudo se mostra a minha frente
Meus ouvidos estão tapados por palavras vans
Impedindo-me de escutar fatos rocambolescos
Estou a margem, estou bem no fundo
Mas mesmo do fundo eu noto
Ainda sei o que acontece a minha volta
Estou presa, mas meus sentidos continuam apurados
Minha percepção está melhor do que quando o mundo estava a minha frente
E ai eu percebo, não fui presa
Eu me prendi na realidade que escolhi
Na caixa, na bolha ou em cima da minha cama
Lá estou, lá estava
Mas não mais, tiro a venda desato os nós dos meus pulsos
E tiro os grilhões dos meus pés
Que eu mesma me impus a usar
E me coloco de pé
E finalmente abro meus olhos completamente
E o inevitável é agora
E o evitável é o ontem
E o duvidável bem, pode ser amanhã
Contando que meus olhos continuem abertos
Abertos a vida, eu me declararei ao ontem, ao hoje e ao amanhã :)



domingo, 9 de setembro de 2012

Ontem Hoje Amanhã



Tropeçando, é assim que se aprende eles dizem
Sofrendo,  é como nos tornamos fortes quem sabe
Quem sabe?
Como padronizar algo tão distinto
Todas as coisas que importam são inconstantes
Sempre algo vai impulsionar qualquer coisa que se veja
Qualquer coisa que se sinta
Nunca se está só quando se tem seus pensamentos
Nunca fica silencio quando palavras antes lhe ditas retumbam em sua mente
A firmeza em uma opinião pode mudar como as marés numa lua cheia
É tudo tão complicado se fazendo de simples
E tudo que é complicado se mostra mais amigável de se compreender
São tantos opostos que se juntam e formam uma perfeição
E quando algo os impulsiona a se separaram nunca se acham completos como antes.
É tudo tão distinto, a vida eu digo
As épocas passam, evoluem, regridem
Mas as pessoas por mais diferentes que aparentam são iguais as de antes e as de depois
Amor, poder, riqueza, paz e destruição
Sempre dentro de uma carcaça de ossos cheia de músculos, órgãos e pensamentos.
É o mesmo, só que de outro jeito.
Esse  é um pensamento que já foi e voltará, só que dessa vez está com minhas palavras
O que muda, mudou ou mudará na humanidade?
A não ser seu poder de destruição e vestimentas?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

NADA



Um nada assusta mais que alguma coisa,
eu percebi isso agora a pouco
Quando se tem medo de algo, você pode superar seu medo, ou evitá-lo
Simples.
Quando se sente algo você pode ignorar, ou contar pra alguém
Nada complicado
Quando se tem algo, você pode saber ou não saber o que fazer, mas você tem e é seu pode fazer o que quiser.
Continuo no mesmo raciocínio.
Mas e quando não se tem medo de algo, quando não se sente nada e quando nada se tem?
Não é assustador? O nada.
É um vazio, um buraco cheio de nada
Apenas um buraco vazio.
Que você tem dentro do peito, mas mesmo assim  não o sente
Porque não há nada para sentir.
E você acaba não se importando.
Não se dando conta
Até que um dia você para pra pensar
O que eu tenho ali?
E você se depara com nada.
Foi com o que eu me deparei
Isso dá medo
Medo, por que como saber se onde nada há, poderá algo haver?
Posso comparar com a mais recente exploração à Marte
Será que há vida? Pelo menos bactérias?
Será que nesse nada, poderá haver vida?
Vida inteligente, e não bactérias eu digo.
É estranho, mas por mais que eu tema esse nada
No fundo, eu não ligo para ele, por que se eu der demasiada atenção a ele
Meu nada virará meu tudo.
E tudo é bem mais complicado que nada.

sábado, 4 de agosto de 2012

Algo para digerir.


O que eu posso fazer quando o futuro está tão distante, mas tão proximo que posso roça-lo com meus dedos?
É uma sensação contraditoria que invade meu estomago
Não sei se são mariposas que me animam a flutuar ao que me espera a diante
Ou grilos que saltam e chiam tentando me induzir a fugir pra qualquer lugar que não seja daqui pra frente.
Eu penso, não darei ouvidos ao meu estomago, vou parar de alimentá-lo com essas deliciosas duvidas que aumentam meu colesterol de incertezas.
Vou fazer uma dieta que envolva apenas o que está no agora, repetindo-a três vezes ao dia com tudo o que sei.
Mas bem, o que geralmente dizemos  quando planejamos fazer uma dieta?
Vou começar amanhã
Não, do proximo mês não passa!
E assim se prolonga
Eu não irei fazer essa dieta
E mesmo que um dia eu acorde engajada em fazê-la algum desvaneio saboroso aparecerá na minha frente
Me fazendo viajar para dentro de mim mesma.
Sim isso já transcende meu estomago
Algo mais profundo está acontecendo,
Seria no minimo cliche se eu dissesse que é naquele musculo bombeador do tamanho de um punho.
Bom, se fosse nele eu diria sem delongas
Mas não é, isso tudo é coisa da minha cabeça.
Artimanhas daquela coisa frizada e esponjosa que me vibra AGUAA AGUAA
Mas tudo o que eu consigo entender é: INFORMAÇÕES, TERMINE ISSO, COMECE AQUILO, PESQUISAR! PROCURAR.
Ele me põe frenetica, quanto minha pernas,meus braços e todo o resto do meu corpo se estica e fica o mais relax possivel.
No fim ele tem descanso, eu realmente não paro nunca.
Talvez se eu desse agua ao meu cerebro ao invez de alimentar essa busca frenetica dele pelos por ques, quandos e ondes
Eu ficaria realmente relaxada.

sábado, 30 de junho de 2012

Calma



Pare, respire,  e olhe para os dois lados
Olhe para o que está a sua frente, e para o que está atrás de você
Olhe para o que está a sua volta, e para o que está dentro de você
Reconheça quem está a sua volta
E escolha quem está com você
Caminhe cautelosamente, mas corra quando necessário
As vezes saltar é bom para dar uma diferenciada
Durma quando se cansar, e acorde quando cansar de ficar deitado
É triste
A vida eu digo,
A vida é triste
Por que?
Oras, é como ler um livro já sabendo o final
Você sabe que vai morrer
Você sabe que tem um final
Só o que está no meio disso que você tem que descobrir
Descobrir o que está entre o começo e o fim
O seu fim
Mas para um bom livro, não é preciso que o fim seja levado em maior consideração se o enredo for bom.
Visto isso, por que se entristecer apenas por saber o final?
O mais importante é o que acontece antes disso
É ai que está a emoção, não saber o que vai acontecer
Não saber, e continuar não sabendo é um clímax continuo
Com pausas demoradas e inquietantes
Com agitados momentos que parecem ser eternos
E que só de pensar que isso vai passar
Que cada momento ruim não vai ficar permanentemente com você, é uma alegria
E que cada momento feliz, mesmo passando você poderá levá-lo como exemplo
Como o exemplo dos momentos felizes que você quer continuar tendo
E as coisas ruins, bem, você aprende a se desviar delas com o tempo
Você para, e relembra o que já se passou, e que não é preciso passar por aquilo novamente
Afinal, coisas ruins não precisam acontecer duas vezes para aprender a lição que elas trazem consigo
Bom, geralmente não precisam, é só estar atento
Atento ao que está a sua volta
Ao que está acontecendo ao seu redor, dentro de você
É só parar, respirar e voltar a olhar para os dois lados.
Voltar a olhar para o mundo
Pois não importa quantas vezes você pare e o encare
Ele nunca permanece o mesmo


sábado, 23 de junho de 2012

Encruzilhada



Estou presa em uma encruzilhada
Ou eu volto para trás ou fico onde estou
Ir pra onde? Se não faço ideia de onde quero estar
Saber o que você quer, não te leva onde você quer chegar
Saber como chegar não quer dizer que você chegará lá
É tudo muito subjetivo, eu nunca terei certeza que terei o que almejo
Principalmente se nem o que almejar eu tenho conhecimento
Eu só o almejo
O mistério, o não saber, o desconhecido
Ter conhecimento daquilo que nunca tive ideia que existisse
Mas ir pra frente eu não posso, não é uma questão de vontade
Eu simplesmente não sei como, e não há de haver alguém para me ajudar
Essa é uma dessas partes da vida que você está por contra própria
É você e sua sombra
Você e sua ansiedade pelo desconhecido
O seu medo pelo que esta por vir
São coisas que te prendem, o medo e a ansiedade
Medo de onde pode chegar, medo de não poder mais voltar
Medo de se perder no caminho e não mais se encontrar
Ansiedade pelo que pode chegar a se tornar, ansiedade pelo novo a descobrir
Ansiedade para saber até onde se pode chegar
Estou presa, entre o medo e a ansiedade
Estou presa entre, o onde, quando e como
Não sei por onde começo, não posso dizer que não tenho confiança, pois no meu caso, quanto menos eu sei mais confio em mim mesma
Só não confio nos desconhecidos, que diferentemente do desconhecido eles não me fazem ansiá-los
Só estou com medo do que possa ocorrer ao meu redor, acredito que fiquei presa dentro de mim por demasiado
Que temo que não consigam mais me entender,
Não é fácil, as pessoas já não entendem coisas obvias, imagine pessoas?
Mas bem, pessoas não devem ser entendidas, compreendidas talvez
Estou dependendo da sincronia, da harmonia com tudo e com todos ao meu redor
Me arrisco, eu sei, mas mesmo não podendo ser ajudada diretamente
Boas vibrações sempre fazem bem
Quando eu passar da encruzilhada, e entrar no meu trem de destino
Eu espero viajar com quem me é estimado, relatar como eu finalmente me soltei
Como eu finalmente fugi do que me atormentava, e como enfim eu cheguei onde eu queria estar.

Então me desejo boa sorte, pois sei que vai ser uma longa jornada.

Chuva



É estranho o modo como as pessoas conseguem me fazer sentir mal
Fazer com que eu me sinta má
Eu não sou má, então por que elas me fazem pensar assim?
É engraçado o modo como simples palavras podem me atingir
Acho que o que me protegia delas já está gasto e esburacado
Não é engraçada a maneira como essas palavras surtem em mim
Me deixam triste, não gosto de ficar triste
A melancolia não combina comigo
Deve ser por isso que ela não fica comigo por muito tempo
Será por que eu sou má?
Tão má que nem melancólica posso ficar?
Não, eu não sou má...Já quis ser, já precisei ser
Mas sempre com bons motivos por trás disso
Recentemente eu descobri que eu tenho alguns sentimentos
Que quando eu lembro deles, lagrimas escorrem de duas esferas que ficam em meu rosto.
Essas lagrimas são salgadas
Salgadas como o mar.. Mas nem de longe tão grandiosas
São mais como a chuva, melancólicas, deprimentes
Gosto de pensar que as gotas da chuva são as lagrimas que o céu despeja na humanidade.
Lagrimas de lamento e vergonha
Lamento pelos o que sofrem e vergonha pelos que causam sofrimento
Eu gosto da chuva, ela acalma 
Não gosto das minhas lagrimas, nem do gosto delas
Mas gosto do gosto do mar
As pessoas são más, e querem que todos sejam como elas
Mesquinhas e insensíveis, é isso o que elas são
E como se o globo orbitasse ao seu redor, elas não podem ser as más da historia
Não, um alvo que pode arcar facilmente com a culpa é escolhido
Aquele alvo que se você dizer algo, ninguém vai dizer o contrario em sua defesa.
Eu sou esse alvo, e não vou me enganar, é muito mais fácil colocar a culpa em alguém que não a si próprio.
Todos já o fizeram, mas isso não importa
O que importa é a frequência que isso ocorre, por que vira um vicio e uma hora você não consegue mais se ver culpado por qualquer coisa na sua vida.
E por conviver com esse tipo de situação a minha volta, eu me culpo
Eu me culpo por ser má
Eu me culpo por acharem que eu sou má, por me dizerem que eu não consigo
Eu devo ter dado motivos, então é minha responsabilidade provar o contrário.
E não é por ser boa que eu me culpo, eu me culpo por que eu quero ser melhor
Não importa se boa ou má.
Vou me culpar até não ter mais motivos,
Até não dar mais motivos
Pra me dizerem que eu sou má.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

...


Eu descobri o que é amor;
É aquele momento em que você respira fundo e sente bem lá no peito aquela sensação de que o ser amado está lá aconteça o que acontecer.
Junto disso, eu descobri verdadeiramente o que é sentir saudades, é ter lembranças no peito e a certeza de que novos momentos com você, eu nunca mais desfrutarei... É, eu sempre pensei que soubesse como amar, e sei. Mas nunca pensei que amar e sentir o amor fossem coisas tão distintas.
Bem, agora eu sei, agora eu consigo perceber.
O amor que eu sinto por você, reforçado pela saudade imposta que eu carrego aqui comigo todos os dias, você ainda vive para mim.
Mesmo que sua imagem fique cada vez mais nebulosa em minha memória eu sei que o amor que eu sinto por você estará sempre vivo e vibrante no meu peito.
E quando eu fechar os olhos, respirar fundo e ter aquele sentimento de certeza eu vou me lembrar de você, vou lembrar como sentir o que é amar.
Jackinho s2

sábado, 12 de maio de 2012

You and I :)





Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.
-Shakespeare

E eu escolhi jogar tudo o que sinto, ou sentia fora
Sempre pensei que você fosse como uma daquelas coisas que a gente guarda, porque não vai usar agora,
mas acha que vai usar depois, que pode ser útil
Tolice a minha, eu percebi tardiamente para minha própria infelicidade
que você é aquele vestido que minha mãe comprou, que eu usei uma unica vez, forçada ainda.
Aquele vestido que as mães compram por acharem bonito, que você fala que gostou, só pra não magoá-la.
Ai você o deixa pendurado no canto do guarda roupas, pra quem sabe em uma ocasião poder usá-lo.
Mas bem, eu não vou usar o vestido, do mesmo modo que não vou usar os vestígios de sentimentos que sentia/sinto por você.
Mas ao contrário do vestido, esses vestígios vão pro lixo.
Meu vestido pode voltar a ficar na moda, todo mundo sabe que a moda sempre se renova.
E eu posso acabar até gostando dele
Mas sentimentos não, eles vão apodrecendo, é uma ferida em uma maçã sadia, que está numa cesta de frutas
Aos poucos a maçã vai apodrecendo, e vai passando sua doença pras outras frutas.
Bem, eu sou a cesta, e as frutas meus sentimentos, você feriu minha maçã
Nada mais justo que eu a jogue fora, e pegue uma nova.

domingo, 6 de maio de 2012

mudanças DD:


E ai você vai percebendo, que as coisas mudam.
Não de maneira drástica, as mudanças são quase imperceptíveis
Você vai levando a vida, sem perceber o que está mudando
E quando você se ausenta por um momento
Você percebe que as mudanças ocorreram.
E que se fosse tudo de uma só vez, você se adaptaria melhor
Eu me adaptaria muito melhor a mudanças repentinas
Do que a mudanças demoradas.
Elas sim te pegam despreparado, pois demora pra ficha  cair
Que as coisas não são mais como eram antes;
E você olha pro lado, e vê que está sozinho, que as pessoas foram se afastando
Foram se transformando em outras pessoas,  bem na sua frente
E você nem percebeu, pois acreditava indubitavelmente que boas amizades não mudavam
Como se sente? Vendo que as coisas, as pessoas em que você acreditava são apenas a sombra daqueles que andavam ao seu lado?
Bom, eu me sinto péssima.
Mas há certas coisas que nada podemos fazer para impedir
Certos momentos que mesmo que façamos de tudo para atrasá-los, não vai adiantar
Por que quando as coisas tem que acontecer, bem, elas simplesmente acontecem Não é mesmo?




quinta-feira, 3 de maio de 2012

Eu já falei de amor?


Muitos viveram e morreram por isso, lutas e uniões aconteceram por causa de uma única palavra, o amor.
Estava pensando agora com os meus botões, o amor não é um sentimento. É algo que aglomera sentimentos totalmente conflitantes e perturbadores.
Dele brotam diversas e opostas emoções ao mesmo tempo, sentimentos de angustia, felicidade, irritação, pertubação, alegria , calma, insegurança etc.
As vezes eu chego a pensar que esse "amor" é um produto muito procurado no mercado da vida, as pessoas colocam o seu "amor" em leilões, lojas e qualquer tipo de comércio, esperando alguém vir dar o primeiro lance, fazer uma boa oferta.
Tem uns Vendedores tão desesperados, que até mesmo colocam no bazar, pra ver quem faz uma boa pechincha.
É, o mercado do amor não é coisa fácil, principalmente quando se é um "amor" usado, nesse caso é preciso  anunciá-lo em brechós, vendas de quintal, ou quem sabe em redes sociais? 
Quem vende o "amor", são os mais solitários, digo solitários pra não dizer desesperados e afins. Pois é sabido que na maioria das vendas o importante é ter o seu produto vendido e ponto, esse é o objetivo pra começo de conversa, depois disso se o seu amor vai ser bem cuidado e bem alimentado, depende parcialmente do comprador, mas muitos vendedores esquecem que para ter uma boa venda é preciso ter um bom relacionamento com o comprador... Por que uma vez vendido seu amor, ele não é apenas seu, mas do comprador que pra comprar o seu amor deu o amor dele.
Vejamos os Compradores, posso descrevê-los como seres que vão de loja em loja ver qual amor se encaixa melhor com o seu próprio amor.
Temos os indecisos, que precisam experimentar cada amor que encontra, que não conseguem escolher o amor A ou o amor B. Temos também aqueles compradores chatos que não tendo lido as especificações do amor, reclamam prontamente no primeiro deslise desse amor.
Ah e é claro, temos os que "compram" esse amor por status, ou apenas pra exibi-lo pelo shopping para os amigos ou amigas .
Não importa o que você é, seja comprador ou vendedor, ambos passam por uma transação, quando o vendedor passa seu amor pro comprador e vice versa.

Quando digo vendedor, eu quero dizer quem demonstra abertamente estar disposto a ser "amado", e o comprador é quem está disposto a "amar".

 Mas seria muita ousadia minha dizer que não se pode amar sem ser amado, e nem ser amado sem amar. Pois essas coisas acontecem. Chamo isso de  excesso de demanda.

Excesso de demanda: Todos querem comprar o amor de um só vendedor
Enquanto isso muitos outros vendedores ficam com o seu amor empoeirado no estoque, com a data de validade pra vencer. Estes passam  por uma falta de demanda, pois não há nenhum comprador interessado neles. Por falta de propaganda, uma publicidade mal feita talvez. Não importa, há certos "produtos" que são bem mais difíceis de serem vendidos, o que não quer dizer necessariamente que eles sejam de má qualidade. 
               Muitas vezes os compradores preferem produtos que não tem como objetivo serem de qualidade, mas sim serem produzidos em larga escala, ou seja padronizados. São "amores" mais simples, que muitas vezes nem precisam que leiam o manual antes de usar, só de olhar para aquele "amorzinho" já dá pra saber como funciona, é uma predizibilidade certeira. Então é claro que demandas como essa são mais frequentes. 
Agora, aqueles amores que são totalmente estilizados, que tem um design fora do comum, são bem difíceis de serem encontrados, geralmente eles nem estão dentro desse mercado atacadão, como parece muitas vezes ser. Talvez sejam Observadores, alguém que pode comprar, mas prefere ficar na sua, e não tem interesse algum em vender o seu amor. Para eles também há uma baixa demanda, quase nula, e o estoque? Não tem estoque para esse tipo "Observador", o sistema é Just-in-time, mais eficaz, sem desperdícios, quando a demanda começar a surgir ele responde a ela. Gosto de pensar que é como uma pequena faísca, quando o Observador vê que o seu consumidor ideal entrou no mercado, ele já responde a ele, e esse consumidor entra no mercado já focado no que ele quer. São tipos de amores que não adianta fazer propaganda pesada, nem fazer uma busca aos quatro ventos do que você quer. É algo que você sabe, sempre soube e que não dá pra comercializar entre mais ninguém.   






A Coletividade


O que é que há, pois, num nome? Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem.
-Shakespeare

Eu não tenho jeito, mesmo sendo desse jeito.
Sempre dizem que as pessoas são únicas, por isso eu acho engraçado quando encontro tantas coisas em comum, com tantas outras pessoas...
Talvez mesmo que parecidos com muitas pessoas, ainda somos diferentes delas..
É como uma professora minha dizia ; " Você nunca vai conseguir escrever uma coisa do mesmo jeito que escreveu da primeira vez".
As pessoas devem ser assim também, digo, são iguais, mas são moldadas de forma diferente.
Ao meu ver isso é bom, imagine só muitas pessoas que pensam exatamente como você, como crescer envolta de pessoas como você? As particularidades de cada um, é o que faz com que a humanidade evolua.
Um só pensamento passado pela cabeça de muitas pessoas continuamente, me faz pensar naqueles borgs  do seriado Star Trek,  sabe? Uma mente coletiva, todos ligados pela coletividade... 
Talvez seja isso que a mídia deseja, fazer com que todos pensem igual, para poder controlar a mente das pessoas, mas quem poderia culpa-los?  As pessoas se deixam facilmente manipular, parece que elas gostam de ser controladas. Desde criança eu aprendi pela TV, através dos desenhos que sempre vão ter pessoas, ou ratinhos querendo dominar o mundo. Tá , eu sei que é ficção e tudo mais, mas meu! Não foi só uma pessoa que pensou nisso de "TENTAR DOMINAR O MUNDO", ou pode ser que sim, ai que vem outro tópico, a originalidade,  as vezes a pessoas não pensam igual, apenas veem uma pessoa que tem um pensamento diferente, a acham admirável, e querem seguir o exemplo dessa pessoa...

Pessoas originais, em todos os meus longos dezoito e quase dezenove anos  de vida,  duas ou três passaram por mim. Ou menos ou nenhuma, "mas quem pode culpa-las? Se a sociedade padroniza tudo".
É fácil culpar a sociedade, claro, quem sabe quem é a sociedade? Não podemos encontrá-la pra fazer algumas observações sobre o seu comportamento. é fácil culpar quem não podemos ver ou quem não está por perto. Todo  mundo deveria assumir a responsabilidade de ser padronizado, eu não vi sociedade alguma colocando pessoas numa prancha e apontando uma espada para que elas pulassem no mar cheio de tubarões, se não seguissem suas ordens.
O ser humano tem uma imaginação muito fértil, é de se admirar a maneira fútil que a usam,  sério ,  com certeza alguns confundem imaginação com mentiras, mentiras do que é melhor para a sociedade o que faz com que toda a originalidade do ser humano seja reprimida e quase anulada, e que apenas alguns consigam atravessar os paradigmas dessa sociedade tirana e lançar picos de luz, nesse céu homogêneo da tão malévola sociedade, composta por ninguém mais do que as pessoas que habitam esse planeta.
Esse planeta que nos mostra cada vez menos estrelas no céu, num céu que está ficando cada vez mais cinza, pois os picos de luz estão ficando cada vez mais escassos.
E não, fogos de artificio não adiantam de nada haha :)

domingo, 22 de abril de 2012

.---.


"Palavras rebuscadas e roupas insinuantes raramente são associadas à virtude de verdade." Confúcio
        As vezes me sinto presa em um mundo a parte dessa realidade, onde nada de mal pode me acontecer... Na verdade nada pode me acontecer, e depois eu me vejo acordando como se fosse de um transe, e reflito... Que se eu ficar parada, eu não preciso estar em outro "mundo" para nada acontecer. E quem quer viver desse jeito? Cercado pelo nada que conquistou? Foi nesse momento que eu resolvi largar o nada por algo mais.
      Pode não fazer muito sentido, ou nenhum sentido sequer, mas aos poucos eu conseguirei encaixar minhas palavras em uma frase, e quem sabe depois em uma estrofe? É assim que eu quero viver, dando um passo de cada vez, vendo que por mais lentos meus avanços são, eles são avanços e significam tanto para mim, que se tornam parte de mim.
       Aos poucos vou crescendo com os pequenos tijolos que coloco no chão para me elevar. Me elevo lentamente, pois não posso me dar a chance de cometer algum deslize. Não, meus avanços tem que ser meticulosos e muito bem pensados, por isso tão demorados são.
      E quer saber? Creio que é muito melhor avançar com algum zelo, do que correr riscos desnecessários.

sábado, 7 de abril de 2012

kkk






"Sabe eu não devia estar falando com estranhos... mas já o conheço!
Foi você o sonho bonito que eu sonhei
Foi você eu lembro tão bem você na linda visão 
Que me fez sentir que o meu amor nasceu então 
E aqui está você, somente você a mesma visão 
Aquela do sonho que sonhei..."




A bela adormecida.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Worries~~


São aquelas coisa inesperadas
Que acontecem em momentos avulsos
Que nos fazem tomar uma posição
Que nos obrigam a ter uma atitude
Uma atitude pra bem ou pra mal
Não sabemos, 
Apenas quando o momento passar
Teremos o veredito do que nossas ações nos levaram
Até lá, ficamos em um purgatório
De duvidas, e questionamentos
Que não nos levam a lugar algum
Só nos fazem perder tempo com preocupações vans
Pois,  quando uma decisão é tomada, só nos resta aguardar
Aguardar na boa e velha ignorância
Podemos ser felizes nela,
Ou podemos ficar nos torturando,
Sofrendo com antecedência por algo que pode chegar a não ocorrer
Não é um tempo completamente perdido?
Mas mesmo assim um alivio imensamente sentido?
Quando vemos que todas as nossas preocupações, não passavam de preocupações?
    

terça-feira, 27 de março de 2012

pôneis, pôneis, pôneis

*O*

    
"Para criar deve existir uma força dinâmica, e que força é mais potente que o amor?" 
Igor Stravinsky 

PS: Meu livro chegou ! (Whitney, Meu amor), estou muito muito feliz *o*

segunda-feira, 26 de março de 2012

Aquela Obra


Você é aquele quadro peculiar de uma exposição de arte
Aquele quadro cinzento, que só de olhar sabem que quando foi pintado o artista estava melancólico
Você foi pintado em um dos melhores momentos de inspiração do artista
No momento em que ele estava necessitado de se expressar
Você é tudo o que ele sente
É tudo o que  ele tinha dentro de si
O maior desabafo que ele algum dia já fez
Você é admirado e julgado por sua singularidade
Mas só por um momento
Só porque você é diferente
E depois de uma breve olhadela em você,
Eles se dirigem para outro quadro
Aquele mais comum,
Pode ser flores em um jarro ou uma ilha com um pôr do sol
As pessoas param e ficam lá
E você com toda sua distinção e significado
Tendo muito mais a mostrar que apenas traços cinzentos
É deixado de lado com todas as suas dramáticas pinceladas
Com tudo o que você representa, pois ninguém quis ver além da tela que você está pintado
Eles preferem quadros óbvios
Que não dizem nada a não ser o que se pode ver
E você fica ali, exposto
Esperando até alguém vir, parar e finalmente te entender
Entender o que exatamente você representa
O que está por trás da tinta, de cada pincelada que faz parte do seu ser
Compreender cada traço, linha, todo o conjunto
Que você mostra ao mundo





domingo, 25 de março de 2012

meus, meus, meus


Não há nenhum sentimento que não possa ser aproveitado
Todos podem ser usados com algum proposito,
Por alguém que tenha uma imaginação fértil, quem sabe
Até mesmo por alguém que não consegue se expressar com palavras faladas, apenas com escritas
E esse não é o melhor jeito?
Palavras faladas podem ser falsamente repetidas,
Enquanto as escritas estão para sempre definidas
Definidas com os sentimentos sentidos do momento
Pode ser que depois de ter escrito, você pense "Como consegui escrever isso"
É mais difícil se arrepender, pois você sempre tem que pensar um pouco antes de escrever
E quem sabe apagar o que não imagina ter sentido?
Mas se for pra falar alguma coisa com algum sentimento, as pessoas tendem a não pensar
Deixam se levar pelo calor do momento.
Talvez seja por isso que eu não consiga fazer algo desse tipo.
Falar o que estou sentindo, não dá, porque não sei o que pode sair
Se falarei o que estou realmente sentindo, se não me influenciarei pelo que está acontecendo
Creio que isso me torne um pouco insensível aos olhos de quem observa
Pois muitas de minhas palavras contradizem o que estou sentindo
Eu sei, eu sei isso pode ser um problema
Não é como se quando eu falasse eu estivesse mentindo,
Não, só entro em negação
Negando o que eu não quero sentir, o que eu não quero que exista
Mesmo no fundo sabendo que a culpa não é minha ou de ninguém
Eu proclamo que a culpa é toda minha, talvez seja mais fácil culpar alguém
E quem melhor do que a mim mesma?
Quem está sentindo tudo isso, sentir um pouco de culpa não é tanta carga a adicionar assim.
Pode ser até algum alívio, saber que a culpa é minha
Porque significa que eu posso fazer algo pra mudar isso
Que depende de mim,  e de mais ninguém
Covarde ou forte, não me dou nenhum desses adjetivos
Sou apenas eu sendo eu, assumindo algo que talvez eu possa suprir
Mas que apenas o destino dirá com clareza o que está por vir
E então eu escrevo, pra provar só para mim
Que eu tenho sentimentos sim, ele só não saem com facilidade
Pois eles são meus, só meus e tem que ser guardados dentro de mim
Pois me pertencem.

...



"Depois de tanto segurar as lagrimas, se formou uma bola em sua garganta, 
Uma bola de gelo, das lagrimas que ela congelou, pois seu orgulho não as quis deixar rolar,
E seu orgulho é tudo em que ela pode confiar, é tudo o que ela tem, 
Ele só a permite deixar derreter seu gelo, pouco a pouco antes de dormir,
Ele sempre promete que no começo o gelo vai derreter mais e que no final serão poucas lagrimas a serem derramadas, 
Mas ele esta mentindo, 
Ela sabe disso, ela sabe que as primeiras lagrimas são as mais difíceis,
E sabe que elas não são tantas como as que estão por vir e que no final não haverá mais gelo,
Só lagrimas..."

Trecho do livro que estou escrevendo *o*

domingo, 18 de março de 2012

THE END


E aquele momento finalmente chegou
O momento tão esperado, o momento tão temido
Em que antes mesmo de se ser percebido
Já abriu portas e fechou janelas de sonhos e de esperanças
Chegou o momento de terminar um paragrafo mal escrito
De pegar todas as rimas e palavras rascunhadas
Com sentimentos que mal cabiam dentro do papel
E por um ponto final.
Um ponto final pra marcar uma fase mal interpretada
Uma fase que quase não se foi vivida, que foi apenas feita de vestígios de memorias
De memorias defasadas,
Que se desfazem cada vez mais rápido com o passar do tempo
Memorias que se transformam em palavras
Que me teceram em um casulo, e me isolaram do que eu não queria saber.
Da verdade por trás das pessoas,
Que elas nunca são as mesmas, mesmo não tendo mudado.
E agora, depois de ter almejado sair desse maldito casulo
Finalmente caí do lugar que estava pendurada,
E com essa queda eu me dei conta, que eu gostava do casulo
Que agora falta algo,
Não foi apenas o casulo que ficou vazio, mas eu também
E até eu me dar conta que eu sou o próprio casulo
E que não dá mais pra voltar ao que era antes,
O vazio cresceu cada vez mais dentro de mim,
A mesma sensação de quando se acaba um livro amado
Um desapego forçado, por você própria,
Pois quem continuou a ler o livro foi você, para saber como acabava
E bem, a vida é assim você quer continuar vivendo
Para ver o que acontecerá, para ver o final e o começo de tudo
Mas quando um capitulo da sua vida acaba,
 É como se um livro inteiro estivesse sendo terminado e incinerado
É triste, estou triste
Mas esse é o ponto final que eu esperava
Com as consequências que eu imaginava, e que não temia
Pensei que o vazio seria pelo menos doloroso, mas um vazio é apenas um vazio
Solitário talvez, mas triste somente.

terça-feira, 13 de março de 2012

domingo, 4 de março de 2012

Dois Lados


É como as pessoas agem em relação a si mesmas e ás pessoas a sua volta
Não considerando nada a não ser o agora
Sem pensar que o depois para ela vai ser um arrependimento,
e que o agora pra quem está ao seu lado é uma tortura.
Sem levar em conta que não se conhece uma pessoa por completo
Pois, não é possível conhecer a si mesmo todo o tempo
As pessoas não são as mesmas que foram no dia anterior
E mesmo sabendo disso consideram outras pessoas as mesmas de sempre
Cada volta que o mundo dá, leva um pouco de nós
E nessa mesma volta, colhemos algo do mundo pra substituir o que perdemos
Então, como podemos ser sempre os mesmos, se sempre estamos mudando?
Mudando, evoluindo ou regredindo
Dá no mesmo, não se pode repetir exatamente o mesmo pensamento
Assim como não se pode ser o mesmo de sempre
E apesar disso, não se pode mudar completamente sem que percebam
Agora eu sei, que não se pode querer mostrar um lado que sempre esteve escondido
Sem que se levantem duvidas ou especulações
Uma pessoa tem que ter uma constância no seu jeito de ser
Mesmo que não tenha nada de errado, mesmo que seja apenas uma parte de si que queria ir pra luz
Uma vez que essa parte está escondida, ela não pode e não deve substituir a parte que sempre esteve presente em sua personalidade.
Você tem que escolher, ou uma ou outra.
E mesmo você querendo escolher a que está na sombra, você não pode
Pois a que está na luz é o que comanda seus atos.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ilusões, Sonhos e Desejos.


E são naqueles momentos de solidão
Que você começa usar a imaginação
Criando ilusões, esperando o momento certo
Para fechar os olhos e vivenciá-las
De uma maneira que não seria possível fazer na realidade
E por mais que digam que ilusões, são ilusões por não existirem
Eu me pergunto por quê.
 Se eu posso imaginá-las, se elas vivem e dançam em minha mente,
Mesmo assim elas não existem?
Como algo que está dentro de você, que está tão enraizado em sua mente
 Pode não existir?
Algo que não é apenas sobressalente, mas sim uma parte de cada fibra do seu ser
É como uma tesoura, se não tiver o parafuso que segura as lâminas, como ela se manterá firme e eficaz?
Ilusões...
Para mim, agem como o elo que une a realidade e o mundo da imaginação.
É uma mistura dos dois.
Onde pegamos nossa realidade e a encaixamos nos nossos sonhos.
Num lugar que não vivemos na realidade e se for possível seguimos nossos sonhos,
 Pois eles só podem ser concretizados se nossa realidade nos permita tal feito.
Não, é apenas um lugar que vivemos sempre nossos sonhos,
 E nossa realidade que tem que se adaptar a nossos soberanos desejos.
Então se sonhos existem, por que as ilusões devem ficar fora disso?
No fim ambos não são tudo o que mais desejamos?
Penso que embora sutil, a diferença é perceptível por demasiado
Os sonhos você tem toda convicção de que é algo desejável
A ilusão não.
 É algo que aparece bem no fundo da sua mente
Que como que de uma ampulheta grãozinhos de areia vão caindo um por um.
Como se não tivessem fim, como as águas do oceano.
E os grãos que já caíram vão formando um montinho,
Esse montinho vai crescendo tímido,
 Pois afinal sua estrutura é tão frágil e pequenina, que prendemos o ar com medo dela se dispersar
E chega um ponto em que você não presta mais atenção nos grãos que caem, e em quantos faltam pra cair
Mas sim, no montinho que começa a surgir
Se juntarmos nossas ilusões, elas se tornaram um montinho
E esse montinho se tornara um sonho nosso
São muitas ilusões até conseguirmos ver que criamos um sonho.
E esse sonho nunca para de crescer,
 Porque nossas ampulhetas nunca param de derramar suas ilusões.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Pedras e Caminhos


Atravessando ruas, colinas e estradas
Sempre parando para deixar algo passar
Parando pra ajudar alguém ou apenas para recuperar suas forças
Mesmo tendo na cabeça o pensamento que você não pode parar
Que do lugar onde você está você não pode sair, a não ser se continuar andando
Você tropeça, e dá de cara com o chão, 
Você olha para trás, e levanta de repente
E percebe que só tem chão adiante, 
Do lugar que você veio, não há nada a não ser algumas pedras que restaram do caminho feito.
Você volta a caminhar, mas não sem algo no que pensar
Tenta recordar de todo o caminho que te levou onde você está,
Mas só lembra de pequenos fragmentos
Daquelas pedras de múltiplos tamanhos que ficaram para trás
Curioso, isso é muito curioso, você olha para trás mais uma vez
E vê que cada pedra tem uma cor, no começo pensa  que elas nunca foram dessa coloração
Ai você se lembra, que elas sempre tiveram esse tom,
Tons vibrantes, alegres, pastéis, cinzelados e amargos
Um tom pra cada pedra.
E você fica tão fascinado com tantos tons, e com as historias que eles mostram em seu interior
Que esquece de olhar pra frente
Olhar pro caminho que você tem adiante, e só dá valor quando ele se transforma em pedras
Pedras da sua memoria, das suas lembranças
Você até já tentou ir pelo caminho inverso e saltar nessas suas pedras,
 Para ver se podia pôr outras pedras e completar o caminho
Uma tolice juvenil, admito
Mas todos têm as suas pedras, e quem nunca cometeu uma tolice como essa que atire a primeira pedra que se lembra.
Se não for a pedra de uma tolice, qual é o sentido das pedras terem tantos tons?
Voltando a seu caminho, não por escolha própria
Mas sim, porque esse caminho você não escolhe quando parar, ou quando mudar de direção
Você só pode olhar pra trás e ver suas pedras
E quando enfim conseguir enxergar que não somente as pedras tem tons fascinantes
Que o seu caminho é feito dos mais diversos tons e brilhantes
É só uma questão de observação,
São sempre tons novos para conhecer, coisas novas em seu caminho
Que sim, quando você passá-las virarão pedras, 
Mas porque sofrer com o que acontecerá depois, 
Se pode-se aproveitar o que o seu caminho lhe mostra nesse instante?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Devaneios


Não sei o que fazer mesmo não tendo nada que eu possa fazer.
Não sei o que pensar, pois meus pensamentos abandonaram-me.
Não consigo ficar triste, quando há tantas coisas para se ficar feliz.
São nesses momentos que se percebe que a vida não é complicada, apenas você que faz com que ela seja.
Todos obstáculos que aparecem em seu caminho, foi você do passado que os colocou para você do futuro,
E todos obstáculos que aparecerão em seu futuro, foi você de agora que os colocou, 
Pra se desafiar ou apenas por uma vingança pessoal a si mesma, não sei, quando é que você já se entendeu?
Apesar de se conhecer como ninguém, você é quem menos se conhece.
E em uma brincadeira de nunca se mostrar verdadeiramente, para sempre surpreender quem acaba se surpreendendo é você, pois nunca sabe do que é capaz e por isso não resiste a se colocar a prova
É, eu sei, são seus sonhos que te fazem assim, sua utopia guardada em um baú no fundo das gavetas de sua mente. 
São coisas pré estabelecidas por ninguém alem de você, e que ninguém mesmo você pode mudar, afinal quando você coloca uma ideia em sua mente ou até mesmo em uma gaveta, ela não irá ser esquecida mesmo se engavetada.
Essa vontade de sempre por um ponto final em tudo e em todos só faz com que cresça uma ansiedade por aquilo que está por vir, e que você com certeza enfrentará e que mesmo fazendo planos pra fugir, sabe que quando a hora chegar você estará lá para por um ponto final em tudo isso.
Você tenta criar uma utopia não apenas do mundo, mas de si mesma com modelos literários de bravura, honra e lealdade.
Sem se dar conta que são as circunstâncias que criam as pessoas, e que você terá que conviver com as duas, as circunstâncias e as pessoas. 
Querer fazer da sua vida um livro não quer dizer que você mesma pode escrevê-lo.
Querer ficar em cima de uma onda não quer dizer que você saberá o momento que ela irá quebrar.
Querer não é poder, e poder não pode estar nas mãos da humanidade.
Imagino que é por isso que colocamos sempre a culpa de não podermos certos desejos no destino.
Ah, o destino como eu bem sei pode ser muitas vezes cruel, mas uma crueldade com proposito sempre deve ter um antecedente, por que se não fosse assim não seria um destino cruel, seria um destino sem importância que muitos tentariam se desviar e acabariam caindo em um penhasco sem nunca conseguir parar de cair cair cair e cair e quando finalmente se acostumarem com essa queda continua, perceberão que o chão finalmente chegou junto com o fim de suas vidas. Isso não seria uma verdadeira crueldade? Ver que quando seu destino finalmente chega você não poderá comparecer? E quem você deveria culpar a não ser você mesmo?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A Visita de Thor a Jotunheim, O País dos Gigantes




        Certo dia, o deus Thor, com seu criado Tialfi e acompanhado por Loki, partiu para uma viagem ao país dos gigantes. Tialfi era o mais veloz na carreira de todos os homens. Carregava a mochila de Thor, que continha as suas provisões. Quando chegou a noite, eles se viram numa imensa floresta e procuraram, em todos os lados, um lugar onde pudessem se abrigar, chegando, afinal, a um grande palácio, com uma entrada que ocupava uma de suas fachadas inteira. Ali se deitaram para dormir, mas à meia-noite foram alarmados por um tremor de terra que sacudiu todo o edifício. Thor, levantando-se, chamou os companheiros para procurarem, com ele, um lugar seguro. A direita encontraram um aposento adjacente, no qual os outros entraram, enquanto Thor ficava à porta empunhando seu malho, disposto a defender-se se acontecesse alguma coisa. Ouviu-se, durante a noite, um terrível rugido e, ao amanhecer, Thor saiu e encontrou estendido perto de si um enorme gigante que dormia e roncava, produzindo o rugido que o assustara tanto. Conta-se que, pela primeira vez, Thor teve medo de se utilizar de seu malho e, como o gigante tivesse acordado, limitou-se a perguntar-lhe o nome.
— Chamo-lhe Skrymir — disse o gigante. Mas não preciso perguntar teu nome, pois sei que tu és o deus Thor. O que aconteceu, porém, com a minha luva? Thor percebeu, então, que aquilo que tomara, durante a noite, por um palácio, era a luva do gigante, e o quarto onde seus companheiros se haviam refugiado, o dedo polegar da luva. Skrymir propôs, então, que viajassem juntos e, tendo Thor concordado, eles se assentaram para fazer a refeição matinal, depois do que Skrymir arrumou todas as suas provisões em uma mochila, que atirou às costas, e pôs-se a caminhar à frente dos outros, que só a custo acompanhavam seus passos enormes. Assim viajaram durante todo o dia; ao anoitecer, Skrymir escolheu um lugar para passarem a noite, sob um grande carvalho, e disse aos outros que iria deitar-se para dormir, acrescentando: — Ficai com a minha mochila e preparai vossa ceia. Dentro em pouco, o gigante estava dormindo e roncando, mas Thor, tentando abrir a mochila, verificou que Skrymir a amarrara tão bem que era impossível desatar um único nó. O deus acabou se irritando e, agarrando o malho com ambas as mãos, desfechou uma furiosa pancada na testa do gigante. Skrymir, acordando, limitou-se a perguntar se havia caído alguma folha em sua cabeça e se eles haviam ceado e já iam dormir. Thor respondeu que já iam dormir e, assim dizendo, foi se estender embaixo de uma outra árvore. Não conseguiu, porém, conciliar o sono e, quando Skrymir recomeçou a roncar com tanta força que o ruído ecoava pela floresta, ele se levantou e, segurando o malho desfechou uma pancada com tanta força no crânio do gigante que produziu uma profunda depressão. — Que aconteceu? — gritou Skrymir acordando. — Há pássaros empoleirados nessa árvore? Senti um pouco de musgo dos ramos cair em minha cabeça. Que tens, Thor? Thor tratou de afastar-se rapidamente, dizendo que acabara de acordar,e que, como era apenas meia-noite, ainda havia tempo para dormir. Estava disposto, porém, a chegar a uma decisão, se tivesse oportunidade de desfechar uma terceira pancada. Pouco antes do amanhecer, percebeu que Skrymir dormira de novo e, mais uma vez, pegou o malho e deu uma pancada com tal violência que o mesmo penetrou na cabeça do gigante até o cabo. Skrymir, porém, sentou-se e esfregando a cabeça, exclamou: — Uma bolota caiu em minha cabeça. O quê? Estás acordado, Thor? Acho que já é hora de nos levantarmos e nos vestirmos. Mas não tendes de andar muito para chegardes à cidade chamada Utgard. Eu vos ouvi sussurrando uns para os outros que não sou um homem de pequenas dimensões. Ao chegardes em Utgard, porém, vereis muitos homens mais altos do que eu. Aconselho-vos, portanto, quando ali chegardes, a não terdes confiança demasiada em vós mesmos, pois os seguidores de Utgard-Loki não admitirão fanfarronadas de criaturinhas tão pequenas quanto vós. Deveis seguir a estrada que segue para leste e a minha vai para o norte. Portanto devemos aqui nos separar. Assim dizendo, atirou a mochila aos ombros e, virando as costas, entrou na floresta, deixando Thor sem nenhuma vontade de detê-lo e pedir-lhe para continuar fazendo-lhes companhia. Thor e seus companheiros seguiram viagem e, por volta de meio-dia, avistaram uma cidade no meio de uma planície. Era tão alta que eles foram obrigados a dobrar a cabeça até quase os ombros para poder avistá-la até em cima. Continuaram a andar e entraram na cidade e, avistando diante deles um grande palácio com a porta escancarada, nele penetraram e ali encontraram um certo número de homens de estatura prodigiosa, sentados em bancos, em um salão. Continuando a caminhar, chegaram diante do rei, Utgard-Loki, a quem saudaram com grande respeito. — Se não me engano, este rapazola ali deve ser o deus Thor — disse o rei, encarando-os com um sorriso zombeteiro. Depois, dirigindo-se a Thor acrescentou: — Talvez valhas mais do que pareces. Em que tu e teus companheiros vos destacais, pois não tem permissão de permanecer aqui quem não se destaca, desse ou daquele modo, sobre os outros homens?
— O que sei com perfeição — disse Loki — é comer mais depressa do que qualquer outra pessoa, e estou disposto a oferecer uma prova, enfrentando qualquer um que seja escolhido para competir comigo. — Será uma qualidade levada em conta, se conseguires fazer o que prometes, e vamos tentar agora mesmo — replicou o Utgard-Loki. Ordenou, então, que se aproximasse e experimentasse sua capacidade, em comparação com Loki, um homem que estava sentado na extremidade do banco e que se chamava Logi. Tendo sido colocado no salão um recipiente cheio de carne, Loki colocou-se de um lado do mesmo e Logi de outro lado, e cada um começou a comer tão depressa quanto podia, até os dois se encontrarem no meio do recipiente. Verificou-se, porém, que Loki comera apenas a carne, ao passo que seu adversário devorara tanto a carne quanto os ossos. Assim todos os presentes proclamaram que Loki fora vencido. Utgard-Loki perguntou, então, que façanha seria capaz de executar o jovem que acompanhava Thor. Tialfi respondeu que correria a tal velocidade que ninguém seria capaz de se emparelhar com ele. O rei observou que tal capacidade era algo que realmente podia ser apresentado, mas que, para vencer a competição, o jovem precisaria ser muito ágil. Levantou-se, então, e dirigiu-se, com todos os presentes, a uma planície onde havia um bom terreno para corrida, e, chamando um jovem por nome Hugi, ordenou-lhe que disputasse uma corrida com Tialfi. Na primeira corrida, Hugi ficou tão à frente de seu concorrente que o alcançou por trás, não muito distante do ponto de partida. Correram uma segunda e uma terceira vez, mas Tialfi não foi melhor sucedido. Utgard-Loki dirigiu-se a Thor: que façanha estaria disposto a executar para provar que merecia, realmente, a fama que tinha? Thor respondeu que disputaria uma prova de bebida com qualquer um. Utgard-Loki mandou seu copeiro buscar o grande chifre que seus seguidores eram obrigados a esvaziar quando alguns deles cometiam qualquer falta que implicasse violar os costumes do festim. Tendo o copeiro apresentado o chifre a Thor, Utgard-Loki explicou: — Quem é bom bebedor, esvazia esse chifre de um só gole, embora a maior parte dos homens o esvazie de duas vezes, e os fracos só o consigam de três.
Thor olhou para o chifre, que não era de tamanho descomunal, embora muito comprido. Como estava sedento, levou-o aos lábios e bebeu durante o maior tempo que pôde, a fim de não ser obrigado a tomar um segundo gole, mas, quando afastou o copo dos lábios e o olhou, percebeu que a bebida mal havia diminuído. Depois de respirar com força, Thor tentou outra vez, com toda a energia, mas após afastar o chifre da boca teve a impressão de que bebera ainda menos que da vez anterior, conquanto a bebida já não respingasse agora. — E então, Thor? — exclamou Utgard-Loki. — Não deves te poupar; se queres esgotar o chifre no terceiro gole, precisas beber muita coisa, e devo dizer que não serás considerado aqui um homem tão forte quanto és em tua terra, se não executares outras façanhas melhor do que estás executando esta. Furioso, Thor levou novamente o chifre aos lábios, e fez o possível para esvaziá-lo; mas, ao olhar a bebida, viu que ela estava apenas um pouco mais baixa. Assim, resolveu não tentar outra vez e devolveu a vasilha ao copeiro. — Agora estou vendo que não és o que julgávamos que fosses -disse Utgard-Loki. Poderás, no entanto, tentar outra façanha, embora me pareça que não tens condição para conquistar qualquer prêmio. — Que experiência propões agora? — perguntou Thor. — Costumamos praticar aqui uma brincadeira da qual participam somente as crianças — respondeu Utgard-Loki. Consiste apenas em levantar meu gato do chão, e eu não me atreveria a propor tal coisa ao grande Thor, se já não tivesse observado que não és, de modo algum, o que esperávamos. Mal acabara de falar, um grande gato cinzento entrou no salão. Thor segurou-o pela barriga e fez o possível para levantá-lo do chão, mas o gato, recurvando as costas, tornou vãos todos os esforços do deus, que não conseguiu levantar senão uma pata do animal. Vendo isso, Thor desistiu de fazer nova tentativa.
— A experiência deu o resultado que eu esperava — disse Utgard-Loki. O gato é grande, mas Thor é pequeno em comparação com nossos homens. — Pequeno como sou — retrucou Thor —, deixa-me ver quem de vós, agora que estou enfurecido, estará disposto a lutar comigo. — Não vejo ninguém — disse Utgard-Loki, olhando para os homens sentados nos bancos — que não se julgasse diminuído lutando contigo. Deixarei, contudo, que alguém vá chamar a velha Elli, minha ama, e Thor lutará com ela se quiser. Ela já lançou ao chão muitos homens como tu, Thor. Entrou no salão, nesse momento, uma velha desdentada, a quem Utgard-Loki deu ordens de lutar com Thor. Não é preciso dizer que, por mais que Thor se esforçasse, não conseguiu derrubar a velha. Depois de uma violenta luta, Thor começou a ceder terreno, e afinal caiu ajoelhado. Utgard-Loki disse-lhe, então, para desistir, acrescentando que Thor não teria mais oportunidade de lutar com outra pessoa e que já estava ficando tarde; levou Thor e seus companheiros para os aposentos em que eles passaram a noite. Na manhã seguinte, ao nascer do dia, Thor e seus companheiros vestiram-se e preparam-se para partir. Utgard-Loki mandou servir uma mesa repleta de iguarias e bebidas.
               Depois do repasto levou os hóspedes até a porta da cidade, e, antes que aqueles partissem, perguntou a Thor o que achava de sua viagem e se havia encontrado algum homem mais forte do que ele próprio. Thor respondeu que não podia negar que se sentia envergonhado. — E o que mais me aborrece — acrescentou — é que podeis me chamar de uma pessoa de pouco valor. — Não — disse Utgard-Loki. — Agora que estás fora da cidade, posso dizer-te a verdade: enquanto eu viver e mandar, jamais entrarás aqui de novo. E, palavra de honra, se eu tivesse sabido antes que tinhas tanto vigor e me levarias tão perto do revés, não teria permitido que aqui entrasses desta vez. Fica sabendo, portanto, que te iludi durante todo o tempo, com minhas artimanhas. Primeiro, na floresta, amarrei a mochila com arame para que não pudesses desamarrá-la. Depois, tu me deste três pancadas com teu malho. A primeira, embora a mais fraca, teria terminado com meus dias se me tivesse atingido, mas deslizei para um lado e tuas pancadas atingiram a montanha, onde abriram três fendas, uma das quais de grande profundidade. Lancei mão de recursos semelhantes, nas provas que disputastes com meus homens. Na primeira, Loki, como a própria fome, devorou tudo que tinha diante dele, mas Logi era, na realidade, nada menos que o Fogo e, portanto, consumiu não apenas a carne mas o osso que a sustenta. Hugi, com quem Tialfi disputou a corrida, era o Pensamento, sendo impossível para Tialfi correr na mesma velocidade que ele. Quando tu, por tua vez, tentaste esvaziar o chifre, executaste uma façanha tão maravilhosa que, se eu a não tivesse visto, não teria acreditado. De fato, uma das extremidades daquele chifre ia dar no mar, que tu não conseguiste esgotar, mas, quando chegares à praia, perceberás quanto do mar foi por ti bebido. Realizaste uma façanha não menos maravilhosa com o gato e, para dizer-te a verdade, quando vimos que uma de suas patas estava acima do chão, nós todos ficamos horrorizados, pois o que julgavas ser um gato era, na realidade, a serpente do Midgard, que rodeia a Terra e foi tão distendida por ti que mal conseguiu rodeá-la entre sua cabeça e sua cauda. A luta com Elli não constituiu façanha menos admirável, pois jamais houve um homem ou haverá que, mais cedo ou mais tarde, não acabe sendo vencido pela Velhice, e era isso que Elli era realmente. Agora, porém, que vamos nos separar, deixa-me dizer-te que será preferível para nós que jamais te aproximes de mim novamente, pois, se assim fizeres, defender-me-ei, outra vez, por meios de artimanhas, de modo que desperdiçarás teus esforços e não adquirirás fama lutando comigo. Ouvindo tais palavras, Thor, enfurecido, levantou o malho e teria desfechado uma pancada, se Utgard-Loki não tivesse desaparecido. Quando voltou à cidade para destruí-la, Thor nada encontrou além de uma verdejante planície.
                                                    Fonte:
- A Historia de Ouro da Mitologia- Histórias de Deuses e Herois de Thomas Bulfinch

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dúvidas entre o Sempre e o Nunca.

     
           O sempre é demasiadamente longo, assim como o nunca é grande demais para qualquer um.
Sendo assim o sempre e o nunca são deverás semelhantes, mesmo sendo tão diferentes, não podem se encontrar em nenhum momento, mesmo estando tão próximos que quase conseguem se tocar por serem extremos em suas próprias circunstâncias.
           Mas mesmo assim parece complexo achar um meio termo, geralmente é: "Agora ou Nunca"; ou " Hoje e Sempre" esse nunca e esse sempre não se encontraram... Que sua única utilidade é de dar impacto ou algum sentido a uma frase já é sabido, que um ser humano não consiga cumprir o seu nunca e o seu sempre pode ser visivelmente compreendido, afinal o ser humano não é o mesmo por todo o sempre de sua vida, e as suas circunstâncias não garantem nunca mudarem.
          Imagino que ainda que sejam palavras tão definidas e que não admitam discussão sequer ao serem proferidas elas tenham tantas falhas quanto as bocas que as articulam, se eu digo algo como o clichê “Eu sempre te amei”, eu estou sendo totalmente hipócrita, afinal eu não conheceria a pessoa desde sempre, e creio que o amor não brota como feijão no algodão a mesma coisa do ódio, se eu falar “ Eu sempre te odiei”, eu seria no mínimo uma pessoa superficial e sem algum julgamento que se valha, por odiar uma pessoa desde sempre sem algo significativo ter ocorrido  que relevaria esse ódio perpetuo, se bem que eu também não acredito na palavra ódio propriamente dita no sentido exato da palavra, mas isso deveria ficar pra outro tópico, pra quando eu sentir algo parecido e falar com alguma emoção.E sobre o amor e qualquer outro sentimento eu acho humanamente impossível eles serem contínuos, eles podem estar lá, mas não quer dizer que serão usados constantemente, afinal sentimentos são como pares de sapatos, você pode usar para cada pessoa no maximo dois sapatos, já que as pessoas têm apenas dois pés, e acredito que limitadamente você terá dois sentimentos pra  essa pessoa, um oposto do outro, e no decorrer da conversa por exemplo você escolhera com que pé pisar no pé dessa pessoa, se for com o pé da bondade ou da maldade e que depois disso é claro que você pode trocar seu par de sapato para alguma outra dupla de sentimentos, mas é obvio que há sempre quem goste de usar sapatos nas mãos para tentarem expressar mais de um sentimento por vez.
             Já sei o que fica entre o sempre e o nunca, é a dúvida! Sim claro que é a duvida, como não pensei nisso antes? O que te faz pensar em fazer algo que jurou que nunca faria? A não ser aquela pequena duvida que lhe induz a pensar em como seria se você fizesse? E ainda um caminho que você passa a sempre percorrer, e um dia surge a duvida do motivo de você sempre percorrer esse caminho?
           Bem, não acredito que as duvidas tem algo de maligno, menos quando você está fazendo alguma prova de assinalar e está em duvida entre duas ou todas as letras, nesse caso é pura sacanagem principalmente quando você escolhe a alternativa errada. Tirando isso a duvida é ferramenta muito útil da nossa mente, para nos ajudar a não seguir palavras como sempre ou nunca a risca, para que possamos arriscar outra coisa, outro sentimento, seguir nossos instintos sem estarmos atados a meras palavras.                    
           Vendo assim a duvida é muito importante para o desenvolvimento do intelecto de qualquer ser humano, pois afinal o importante não são as respostas e sim as perguntas, e da onde vieram essas perguntas a não ser de nossas duvidas?